tag:blogger.com,1999:blog-85525341146691810552024-03-08T07:19:53.600-08:00Blackbird singing (in the dead of night)Annahttp://www.blogger.com/profile/03291400177983059094noreply@blogger.comBlogger3125tag:blogger.com,1999:blog-8552534114669181055.post-37302815765372874082013-02-11T08:24:00.002-08:002013-02-11T15:46:24.009-08:00"Mas tem de haver mais."<a href="http://c300221.r21.cf1.rackcdn.com/dir-andrei-tarkovsky-stalker-1979-1340175841.jpeg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="http://c300221.r21.cf1.rackcdn.com/dir-andrei-tarkovsky-stalker-1979-1340175841.jpeg" width="283" /></a><span style="font-size: x-small;">Agora o verão veio<br />E poderia não ter vindo<br />No sol está quente<br />Mas deve haver mais</span>
<br />
<blockquote class="tr_bq">
<span style="font-size: x-small;">Tudo aconteceu<br />Tudo caiu em minhas mãos<br />Como uma folha de cinco pontas<br />Mas tem de haver mais </span></blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<span style="font-size: x-small;">Nada de mau se perdeu<br />Nada de bom foi em vão<br />Uma luz clara ilumina tudo<br />Mas tem de haver mais</span></blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<span style="font-size: x-small;">A vida me recolheu<br />À segurança de suas asas<br />Minha sorte nunca falhou<br />Mas tem de haver mais </span></blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<span style="font-size: x-small;">Nem uma folha queimada<br />Nem um graveto partido<br />Claro como um vidro é o dia<br />Mas tem de haver mais</span></blockquote>
<br />
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Impossível de se encerrar em palavras parece o filme em questão. Não que eu tenha tentado. A impossibilidade de formular uma opinião, no entanto, causa tamanha angústia que buscar palavras alheias foi irresistível. Ao fazê-lo, encontrei construções nos moldes de: "Eu acredito que X."</div>
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X é descartável. Eu descobri: o filme se encerra nisso. "Eu acredito".</div>
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<br /></div>
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<span style="font-size: x-small;">P. S.: </span><span style="font-size: x-small;">É irônico encontrar na Zona a minha inspiração perdida.</span></div>
Annahttp://www.blogger.com/profile/03291400177983059094noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8552534114669181055.post-13584063410276327502012-11-05T05:32:00.000-08:002012-11-05T06:03:00.857-08:00"Most of us need the eggs."<span style="text-align: justify;">Qualquer um que seja acometido pelo sintoma da nostalgia sabe que revisitar certas referências pode ser problemático. Existe uma </span><a href="https://www.google.com.br/webhp?sourceid=chrome-instant&ie=UTF-8&ion=1#hl=pt-BR&sclient=psy-ab&q=regra%20dos%2015%20anos&oq=&gs_l=&pbx=1&fp=37405fbc6437488a&bpcl=37189454&ion=1&bav=on.2,or.r_gc.r_pw.r_cp.r_qf.&biw=1366&bih=611" style="text-align: justify;" target="_blank">famigerada regra</a><span style="text-align: justify;"> que estipula um ponto na nossa vida como o divisor de águas entre uma fase "sem senso crítico" e o resto dos nossos dias. Dada essa regra, sensato seria nunca quebrá-la, para nunca sofrer com desilusões culturais e/ou sentimentais.</span><br />
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Após ser apresentada a uma interpretação filosófica do filme Annie Hall, resolvi conscientemente quebrar essa regra e revisitar um filme que há muito tempo tinha me servido de referência, em inúmeros aspectos da minha vida privada. </div>
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O que se segue não é um relato fidedigno dessa experiência.</div>
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<a href="http://www.freeimagehosting.net/uploads/a35b832f10.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="256" src="http://www.freeimagehosting.net/uploads/a35b832f10.jpg" width="320" /></a>Demasiado habituada às inovações cinematográficas da mais alta estirpe, desenvolvi um desencontro ideológico com a arte da crítica, em especial a que se reserva ao cinema. Ainda que crente da hermenêutica, peguei-me acreditando na obra de arte como demasiado hermética e as palavras de crítica demasiado enfadonhas. Passaria horas escrevendo uma crítica perfeita sobre todos os incríveis aspectos de Annie Hall e ainda não saberia se existe ou não espaço para esse filme na parte com-senso-crítico da minha vida. A grande conclusão a que cheguei é que isso realmente não me importa.</div>
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Sentir as palavras — não dos críticos, mas as do próprio filme — dialogando comigo, afinadas, harmoniosas, me é mais valioso do que qualquer crítica que descrevesse o estilo cinematográfico do Woody Allen. Ainda que o crítico lecione a mais importante e disputada cadeira de cinema do mundo universitário.</div>
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Encontro pessoas pessoas todos os dias que se acomodam nos mais importantes papéis e, ainda assim, não concordo com uma palavra que dizem. Como não ficar perfeitamente contente com isso?</div>
Annahttp://www.blogger.com/profile/03291400177983059094noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8552534114669181055.post-30512072728500981062012-11-04T14:06:00.000-08:002012-11-04T14:30:32.567-08:00Nostalgia-de-si<div style="text-align: justify;">
Escrever é um meio de reificar-se. </div>
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Debruçar-se sobre antigos escritos próprios é, no entanto, uma experimentação curiosa. É uma nostalgia de si. É brincar de se revisitar — uma brincadeira que não aconteceria sem essa reificação.</div>
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Mas de tantas vezes que reencontrar sentimentos fora constrangedor, revisitar esses mesmos sentimentos com tranquilidade é sinônimo de paz consigo.</div>
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O que assusta é quando esse momento te traz inspiração. E desponta uma dúvida: todo esse processo se revelará como um retrocesso ou uma releitura do eu-reificado? </div>
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Prefiro abraçar esse reencontro como o reencontro com um pedaço que havia se perdido.</div>
Annahttp://www.blogger.com/profile/03291400177983059094noreply@blogger.com0